O que é o HACCP e o que garante

Olá! Quando se fala em segurança alimentar fala-se inevitavelmente de HACCP! Este “palavrão” que assusta muita gente (só de ouvir a sigla) não é mais do que o processo que garante que os alimentos produzidos são seguros para o consumo humano. Primeiramente, quando fiz a minha Especialização em Higiene e Segurança Alimentar e HACCP, percebi que existe muito desconhecimento sobre esta área. Antes de começar a especialização, também eu a desconhecia! Contudo, saí fascinada com este mundo que, enquanto profissional de cake design, considero fundamental aplicar na JoaninhaDoce.

O que é o HACCP

HACCP é a sigla, conhecida internacionalmente, para designar Hazard Analysis and Critical Control Point. Em português, significa Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos. Dito assim, parece chinês… Eu sei! Por isso, vou explicar melhor! Então, trata-se de um sistema preventivo, cujo objectivo é evitar potenciais riscos (através da redução ou eliminação de perigos) que permitam garantir que os alimentos são seguros para o consumo humano. Este sistema, baseado em princípios técnicos e científicos, deverá ser desenvolvido na produção e manipulação de alimentos. Desta forma, na prática o sistema HACCP pretende analisar os perigos que poderão contaminar os alimentos e criar medidas preventivas para que isso não aconteça. Assim dito, fica mais simples certo?!

Como surgiu o HACCP

Para perceberes melhor o sistema HACCP, parece-me importante falar-te um pouco de como ele surgiu! Por um lado, acho a sua história, particularmente engraçada! Por outro lado, acho que ajuda a perceber melhor a função da sua aplicabilidade! Então, segundo sei, o HACCP foi desenvolvido no final da década de 60 para o projecto Apolo (programa espacial da NASA). Tendo sido desenvolvido pela companhia americana Pillsbury em conjunto com a NASA e o U.S. Army Laboratories, o seu objectivo principal era o fornecimento de alimentos para os astronautas da NASA. Assim, devido à impossibilidade de saírem da nave, estes astronautas, teriam que consumir apenas alimentos que não lhes provocassem reacções biológicas adversas. (É engraçado ou não, perceber que o sistema aplicado a toda a indústria alimentar começou com os astronautas?!)

Na década seguinte, o sistema foi aplicado à indústria conserveira americana. Depois, em 1980 a Organização Mundial de Saúde recomendou a sua aplicação às pequenas e médias empresas. E apenas em 1993 é que o sistema HACCP começou a ser regulamentado na Europa.

O HACCP e o consumidor

Enquanto consumidores de alimentos (eu incluída, claro!), considero muito importante termos confiança naquilo que compramos. Essa confiança, passa primeiramente, por perceber se o fornecedor/produtor a quem estou a comprar, me consegue garantir que aquilo que ele produz/fornece é seguro para o meu consumo e da minha família. Garantia essa que, só consegue ser dada com o cumprimentos do sistema HACCP e das regras de higiene e segurança alimentar. Quantos de nós já comprou croquetes à vizinha ou compotas à colega de trabalho? Apesar de as conhecermos, que garantias temos de que durante os processos que utilizaram não houve perigos que contaminaram os seus alimentos? Se não tiverem o sistema HACCP implementado, não temos essas garantias! E, depois, vamos dar aos nossos filhos uma compota caseira muito saborosa que, tem grandes chances de estar contaminada pela esterilização deficiente do frasco, por exemplo? Parece-me pertinente pensarmos nisto mais a fundo!

O HACCP e as empresas

Em Portugal é obrigatória a implementação do sistema HACCP em todas as empresas do sector alimentar, sejam elas produtoras ou manipuladoras de alimentos. Aliás, a aplicação do sistema é da responsabilidade das próprias empresas que têm todo o interesse em garantir que os seus produtos são seguros para o consumo humano. Assim, é extremamente importante que quem contacta com os alimentos na sua produção/manipulação tenha formação nesta área e o sistema a funcionar. Para que, desta forma, tenha bases para garantir a salubridade dos seus produtos. Trabalhar com comida ou alimentos não é uma brincadeira e pode colocar em perigo a saúde das pessoas. Um exemplo disso, é a questão das alergias alimentares e contaminações do qual já falei aqui e que é importante que os produtores conheçam para defender a saúde de quem os vai consumir.

E tu, achas importante esta questão na escolha dos alimentos que consomes? Tens essa preocupação?

Beijinhos doces

Joana Tedim