Olá! Há uns dias aconteceu-me uma situação relacionada com alergias alimentares. Através de um pedido indirecto de encomenda com esta condição, fiquei a pensar se existia informação suficiente sobre este tema. Por isso, achei que faria todo o sentido partilhar contigo algumas coisas que eu sei sobre as alergias e intolerâncias alimentares. Dado que, esta é uma situação que, cada vez, se verifica com mais frequência, não só em adultos como também em crianças, é importante estarmos todos atentos a ela!
À descoberta das alergias alimentares
Quando me interessei sobre o assunto foi com a ideia de poder ter uma oferta mais diversificada nos bolos da JoaninhaDoce. No entanto, cedo percebi, que em vez de estar à procura de uma oportunidade de mercado, estava a meter-me numa “embrulhada de todo o tamanho”. Pois percebi que, o meu desconhecimento sobre as alergias e intolerâncias alimentares era grande! Assim, depois de muita pesquisa sobre o assunto. Depois de me ter integrado em grupos de pessoas com esta condição. Depois de ter feito formação, consegui perceber melhor o que as alergias alimentares significam. E, aquilo que aprendi, posso agora partilhar contigo e deixar informação útil para todos.
Alergia VS Intolerância
Existem explicações muito técnicas, longas e com termos muito científicos sobre este assunto. Mas aqui, o que pretendo é que a informação seja simples para que todos possam entendê-la!
A alergia alimentar caracteriza-se por uma reacção imunológica e imediata do corpo quando exposto ao alergénio. Quer seja por ingestão, por inalação ou por contacto cutâneo. Assim, as reacções alérgicas, ocorrem maioritariamente, poucos minutos após a exposição, podendo manifestar-se através de sintomas ao nível da pele e/ou das mucosas, das vias respiratórias e dos sistemas gastrintestinais e cardiovasculares. No limite, pode ocorrer uma reacção anafiláctica desencadeada pela alergia ao alimento. Esta, se não for devidamente socorrida em segundos, pode levar à morte da pessoa alérgica.
Por outro lado, na intolerância alimentar as reacções são retardadas (não imediatas) devido à dificuldade do corpo em digerir/absorver determinados alimentos. Estas reacções, prendem-se sobretudo com sintomas digestivos (como vómitos, cólicas abdominais e diarreia) que causam desconforto à pessoa intolerante.
Os alergénios em Portugal
A alergia alimentar é, em Portugal, um problema crescente de segurança alimentar e consequentemente de saúde pública. Por isso, desde 2014, é legalmente obrigatório a apresentação da informação aos consumidores sobre alergénios que possam estar presentes nos alimentos. Actualmente, são identificados 14 tipos de alergénios: ovo, leite, soja, glúten, amendoim, sulfitos, peixe, moluscos, mostarda, frutos secos, sésamo, aipo, tremoço e crustáceos. Assim, para todos aqueles que sofrem de alergias alimentares é extremamente importante que todos os operadores alimentares estejam devidamente formados e informados sobre as exigências da doença alérgica em termos de segurança alimentar. Frequentemente, vejo relatos de doentes alérgicos (ou com filhos alérgicos) que vivem constantemente apavorados por não poderem confiar numa refeição fora de casa. Têm, por isso, que consumir apenas alimentos confeccionados por eles próprios! E desta forma, tornam-se basicamente reféns da sua alimentação!
O que fazer então?
A grande preocupação de quem sofre destas patologias é o risco elevado de contaminação cruzada que pode ocorrer nos alimentos. Ora, contaminação cruzada é o termo que serve para designar a contaminação indirecta de certo alimento inicialmente inofensivo. Isto significa que, apesar de a composição desse alimento não conter o alergénio, ele foi contaminado (por exemplo, através do contacto de algum utensílio). Assim, esta situação pode, de igual forma, desenvolver reacções na pessoa alérgica. Por isso, é importante que enquanto profissionais da área alimentar (eu incluída) estejamos munidos de formação na área da segurança alimentar. Já falei aqui de outras situações em que é necessário ter cuidados para garantir a segurança dos alimentos. Mas neste caso, temos que ter especial atenção à saúde das pessoas. Pois, poderá trazer consequências irreversíveis, como expliquei antes. Quanto mais todos estivermos informados, mais seguros e felizes viverão aqueles que sofrem de alergias alimentares.
E tu? Tens alguma alergia alimentar? Ou conheces alguém que tenha? Já viveste/assististe a episódios de reacções alérgicas a alimentos? Partilha comigo a tua experiência para ajudarmos na sensibilização da sociedade neste assunto!
Beijinhos doces
Joana Tedim
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